O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou que vai julgar na manhã desta sexta-feira, 29, a suposta tentativa de suborno no empate em 1 a 1 entre Santos e Red Bull Bragantino, ocorrido em 19 de junho, pelo Campeonato Brasileiro Feminino. Em nota, o Tribunal informou que Fabrício de Paula, então preparador de goleiras do Peixe, teria oferecido R$ 5 mil para a arqueira Karolainy Caline Alves, do Massa Bruta, sofrer cinco gols no jogo. Depois da recusa da atleta, a oferta ainda teria sido dobrada duas vezes, para R$ 10 mil, mas rejeitada novamente. Além do ex-preparador, também serão julgados pela Sexta Comissão Disciplinar do STJD: Anastácio Rio, roupeiro do Red Bull Bragantino, e Laudice de Oliveira Ramos, mais conhecido como Alemanha, massagista da equipe do interior.

O caso veio à tona após o presidente do Santos, Andrés Rueda, convocar uma entrevista coletiva para expor a situação. Na ocasião, o mandatário do Peixe não revelou a identidade do funcionário, mas disse que ele havia sido demitido. No entendimento do dirigente, o episódio poderia ser a “ponta do iceberg” dos casos de corrupção no futebol brasileiro. Os três envolvidos serão julgados com base no artigo 242 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala em “dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural mencionada no art. 1º, § 1º, VI, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente”. A pena prevista é de multa de de R$ 100 a R$ 100 mil e eliminação, tendo Fabrício cometido tripla infração. Os funcionários do Braga teriam, ainda, infringido o artigo artigo 243 do CBJD, que fala em “atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende”. Ele tem pena de multa, de R$ 100 a R$ 100 mil, e suspensão de 180 a 360 dias.