Nesta quinta-feira (11), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, doença atinge cerca de 1% da população mundial com mais de 65 anos. Estima-se que, só no Brasil, mais de 200 mil pessoas sejam afetados por essa condição. Embora muitos controlem os sintomas com medicamentos, em alguns casos a cirurgia, conhecida como “Deep Brain Stimulation” (Neuroestimulação Profunda do Cérebro), é recomendada. Essa cirurgia visa controlar tremores e rigidez, e envolve a implantação de eletrodos para modular os estímulos elétricos na região cerebral afetada pela doença. O mal de Parkinson é considerado a segunda doença neurodegenerativa mais popular, ficando atrás apenas do Alzheimer. Ele atinge o sistema nervoso central na região responsável pela produção de dopamina, o que interfere nos movimentos do corpo, causando tremores, rigidez nos membros, lentidão, depressão, distúrbios na fala, além de desequilíbrio. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o trata-se de “condição cerebral que causa distúrbios de movimento, mentais e do sono”. A data é celebrada neste dia 11 de abril em homenagem ao aniversário do médico responsável pela descoberta da doença, James Parkinson (1755-1824).

Segundo o doutor Pedro Deja, neurocirurgião e presidente do Instituto Paulistano de Neurocirurgia, apesar de ser tratada com medicamentos, o uso de remédios a longo prazo pode causar problemas à saúde. “Embora os medicamentos para a doença de Parkinson possam ser usados para se melhorar a função motora, eles podem perder sua eficiência com o tempo, causar efeitos colaterais ou ambos. Além disso, conforme o problema progride, os níveis de medicação exigidos para o controle da função motora podem causar efeitos colaterais intoleráveis e indesejáveis”, destacou o médico. Ainda conforme Deja, existem outras alternativas para tratamento, como a palidotomia, que envolve a destruição de uma região do cérebro envolvida no controle do movimento. “Uma palidotomia pode ser uni ou bilateral. Os efeitos adversos podem incluir hemorragia, fraqueza, deficiências de visão e fala, e confusão.” Além disso, há a Terapia de Estimulação Cerebral Profunda (ECP), que auxilia na estimulação cerebral que oferece um tratamento ajustável e, se necessário, reversível para a doença de Parkinson. “A terapia usa um dispositivo médico implantado, semelhante a um marca-passo, que cria uma estimulação elétrica em regiões precisamente específicas do cérebro. A estimulação dessas regiões permite que os circuitos do cérebro que controlam o movimento funcionem melhor.”

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Pedro Deja ainda falou sobre o aumento de casos e o impacto da doença no sistema de saúde. “A prevalência da doença de Parkinson dobrou nos últimos 25 anos. Hoje mais de 8,5 milhões de indivíduos vivem com esta doença no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2017, os custos anuais da doença para os Estados Unidos foram estimados em US$ 52 bilhões, valor que continuará a crescer à medida que a incidência e a prevalência aumentarem. Embora a doença de Parkinson atualmente não tenha cura, há várias opções de tratamento, incluindo medicação e cirurgia”, destacou o médico.