Quase 8,2 milhões de novos casos de tuberculose foram diagnosticados no ano passado em todo o mundo, o número mais alto já registrado desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou seu acompanhamento há quase 30 anos. O relatório anual da OMS sobre a tuberculose destaca os “progressos desiguais conquistados na luta mundial contra a doença, com dificuldades persistentes como a grave falta de financiamento”, segundo um comunicado.  Enquanto o número de mortes relacionadas à tuberculose diminuiu, passando de 1,32 milhão em 2022 para 1,25 milhão em 2023, o número total de pessoas que contraíram a doença aumentou. A tuberculose volta a ser a doença infecciosa que causa o maior número de mortes, superando a covid-19, indica a OMS.

Nem todos os novos casos são diagnosticados e a OMS avalia que aproximadamente 10,8 milhões de pessoas contraíram realmente a doença no ano passado. O aumento de casos entre 2022 e 2023 ilustra em grande medida o crescimento demográfico, segundo o relatório. A taxa de incidência de tuberculose (novos casos a cada 100.000 habitantes) em 2023 foi de 134, com um ligeiro aumento (0,2%) em comparação a 2022. A maioria das pessoas que desenvolve tuberculose todos os anos estão em 30 países. Cinco deles representaram juntos, no ano passado, 56% do total mundial: Índia (26%), Indonésia (10%), China (6,8%), Filipinas (6,8%) e Paquistão (6,3%).

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Segundo o relatório, 55% das pessoas que desenvolveram a doença eram homens, 33%, mulheres, e 12%, crianças ou adolescentes jovens. A OMS também destaca que a taxa de êxito terapêutico no tratamento da tuberculose multirresistente ou resistente à rifampicina (MR-RR) agora alcança os 68%, frente aos 64% de 2020 e os 50% de 2012. No entanto, das 400.000 pessoas que, segundo estimativas, desenvolveram tuberculose MR-RR, apenas 44% delas foram diagnosticadas e tratadas em 2023.

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP