Os milhares de fãs que foram ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no domingo (25), receberam um verdadeiro presente. Os shows da banda Wilco e de Nile Rodgers & Chic fecharam a terceira edição do C6 Fest em alto estilo, com setlists à altura das expectativas e som implacável. Na tenda Metlife, o Wilco fez uma apresentação de uma hora e meia para matar a saudade do público com quem a banda de Chicago não se encontrava havia quase uma década. O repertório privilegiou discos mais antigos do grupo, com cinco músicas de A Ghost Is Born, de 2004, e outras cinco do irretocável Yankee Hotel Foxtrot, de 2001.

Na plateia, fãs emocionados que acompanharam atentamente cada instante do show. As árvores que cercam o espaço dificultaram a visão de quem chegou atrasado, mas não diminuíram a empolgação do público que se aglomerou como possível para conseguir a melhor visão do palco. A presença da multidão se fez perceber a cada música, com o público cantando alto e vibrando intensamente. E haja fôlego — a banda comandada por Jeff Tweedy emendou uma canção atrás da outra, alternando entre o rock alternativo — tantas vezes marcado pelas guitarras de Nels Cline, para deixar qualquer um em transe em Impossible Germany e Via Chicago — e o folk com violão, mas igualmente celebrado como em Jesus, etc.

Há quem diga que a apresentação do Wilco foi a melhor do festival, a ponto de Tweedy, com a introspecção característica do músico, se emocionar com o público e sugerir que a banda deveria se mudar para o Brasil, onde estiveram apenas pela terceira vez.

Já na Arena Heineken, meia hora após o fim do show do Wilco, foi a vez de Nile Rodgers & Chic. Músico experimentadíssimo, Rodgers, de 72 anos, não deixou que ninguém ficasse parado ao longo de uma hora e meia em plena noite de domingo, sacudindo a plateia com o funk e disco vibrantes. Não é para menos: as músicas do Chic são, por si só, sinônimo de sucesso absoluto. É o caso de Le Freak, I Want Your Love e Good Times. Mas a apresentação também conta com diversas versões de músicas feitas por ou com Rodgers para artistas como Madonna, David Bowie, Daft Punk e Beyoncé.

E para além do show musical, o guitarrista também deu show de simpatia. “A primeira vez que vim para São Paulo… em 1973!”, conta o músico antes de rir envergonhado, “me lembrou muito da minha cidade natal, Nova York. Amo os prédios altos e as lindas mulheres daqui”.

Com o som mais marcante da edição do C6 Fest, principalmente pelos grooves saborosos, o Chic transformou o palco em uma verdadeira discoteca. Na pista, não havia quem pudesse ficar inabalado pela força da música. Afinal de contas, assistir a Nile Rodgers é assistir também a um pedaço da história da arte.

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Os novos membros da banda também mostram carisma e extrema afinidade em suas participações. O baixista Jerry Barnes passeia pelo palco enquanto pratica os slaps com a mesma facilidade com que tocaria uma nota só. As vocalistas Kimberly Davis e Audrey Martells brilham não apenas pela roupa dourada, mas pela voz forte e irresistível. Sobrou até para o baterista Ralph Rolle cantar Let’s Dance e embalar ainda mais o público, que, mesmo sendo considerado difícil e disperso, foi facilmente controlado desde o começo da apresentação.