O arranjador, compositor e maestro Manoel Francisco de Moraes Mello, conhecido como Chiquinho de Moraes, morreu no último, 30, aos 86 anos, em Itu, no interior de São Paulo. De acordo com o músico Otavio de Moraes, filho de Chiquinho, o pai foi vítima da Covid-19, contraída no hospital Santa Casa de Cesário Lange, onde tratava de um câncer avançado. Otávio definiu o pai como “recluso, complexo, imprevisível e excêntrico”, escreveu em sua página do Facebook. Nascido na cidade de Campinas, Chiquinho começou a carreira no final dos anos 1950 tocando piano para a cantora Celly Campello em gravações que viraram clássicos, como “Estúpido Cupido” e “Banho de Lua”. Contratado pela TV Record, passou a fazer arranjos para os programas da emissora, entre eles, “O Fino da Bossa”, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

Chiquinho ainda trabalharia com Elis em seus discos do início dos anos 1970. Foi na TV Record também que se deu seu encontro com o cantor e compositor Roberto Carlos, de quem passou a ser arranjador em discos e shows. Trabalharam juntos entre os anos de 1970 e 1977. Chiquinho está na ficha técnica de discos que tem gravações como “Rotina”, “O Show Já Terminou” e “A Deusa da Minha Rua”. Talentoso, o paulista também atuou ao lado de nomes como Edu Lobo e Chico Buarque. ara eles, fez a orquestração do álbum “O Grande Circo Místico”, de 1983. Na lista de Chiquinho ainda há outros medalhões da música brasileira, entre eles Gal Costa, Simone, Nana Caymmi, Ivan Lins, Erasmo Carlos, Marília Medalha, Moraes Moreira e Emílio Santiago. Por esse motivo, e por sua habilidade em escrever arranjos para cordas, e, muitas vezes, salvar uma gravação, ganhou o apelido de “o herói da MPB”.