O Brasil começa a utilizar dose bivalente na vacinação contra a Covid-19. O imunizante é uma versão atualizada dos já existentes contra a doença. Ela foi autorizada como uma dose de reforço, já que oferece uma proteção também contra a subvariantes da Ômicron. O primeiro grupo a ser imunizado serão os idosos com mais de 70 anos, os imunocomprometidos, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pessoas que vivem em instituições de longa permanência. Segundo o Ministério da Saúde, a partir do mês de março o calendário de vacinação será aberto para outros grupos de pacientes. O cronograma da nova campanha foi dividido em cinco etapas. Segundo o ministério, na atual fase a estimativa populacional é de 52 milhões de pessoas.
O médico infectologista Júlio Croda explica que o grande benefício dessa vacina bivalente é garantir uma proteção mais duradoura para hospitalização e óbito, principalmente nos grupos mais vulneráveis, que têm maior risco de desenvolver a forma grave da doença. “Nesse grupo, quando a gente olha os dados do momento atual, o que a gente vê em hospitalização, principalmente em Unidade de Terapia Intensiva, são os idosos extremos, acima de 75 anos, apresentam o maior risco, a duração da proteção é menor em relação à vacina monovalente. Portanto, a vacina bivalente cumpre esse papel de tentar garantir uma proteção maior, principalmente no contexto de novas subvariantes da Ômicron”, diz o médico. Ele lembra que a vacina monovalente continua funcionando e protegendo: “Pessoas abaixo de 40 anos devem ter três doses de vacina, as pessoas acima de 40 anos já poderiam ter recebido a quarta dose e as pessoas, neste momento, acima de 60 anos, imunossuprimidos que receberam a vacina há mais de quatro meses, seja a terceira dose, seja a quarta dose, já podem tomar essa nova vacina, a vacina bivalente”, diz
O Estado de São Paulo recebeu cerca de 3 milhões de doses da vacina Pfizer bivalente. Segundo a Secretaria da Saúde, a população apta a receber o imunizante será amplia de acordo com a chegada de novas doses. Só vai poder receber esse reforço quem já tiver tomado pelo menos duas doses das vacinas monovalentes, que já estavam disponíveis antes. De acordo com a recomendação vigente, quem não faz parte do grupo prioritário da nova campanha, que não tem a vacinação ou que está com o esquema vacinal incompleto deve retornar às unidades de saúde.
*Com informações da repórter Soraya Lauand