A decisão de Argentina e Uruguai de declarar emergência sanitária após a descoberta dos primeiros casos de gripe aviária elevou nesta quarta-feira, 15, o nível de alerta na América Latina devido ao avanço da doença, que passou a afetar humanos nas últimas décadas e que recentemente também foi detectada em algumas espécies de mamíferos. A situação na Argentina e no Uruguai está longe de ser isolada, uma vez que na terça-feira, 14, a Guatemala já havia declarado estado de emergência após confirmar a presença do vírus H5N1 em pelicanos. “A confirmação da entrada do vírus no país nos deixa mais alertas, mas não nos surpreende”, admitiu o secretário de Agricultura da Argentina, Juan José Bahillo. Comentário semelhante foi feito pelo ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, que reconheceu que a detecção do primeiro caso e a chegada da doença “não é uma surpresa”.

Alarmes dispararam em Cuba na semana passada, quando foram detectados casos de gripe aviária no Zoológico Nacional de Havana, razão pela qual o recinto foi declarado em quarentena. Na Costa Rica, o primeiro surto de gripe aviária foi detectado em 23 de janeiro em pelicanos na província de Limón (Caribe) e posteriormente foram identificadas outras infecções em aves silvestres nessa mesma província e em uma granja na cidade de Parrita (Pacífico). O Panamá mantém um alerta sanitário desde 24 de dezembro, válido por 90 dias, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária. Desde então, três casos foram registrados e mais de 2.500 aves foram abatidas. Na Venezuela, a presença da gripe aviária foi detectada em pelicanos também em dezembro, motivo pelo qual as autoridades declararam estado de alerta sanitário em cinco estados costeiros “por um período de 90 dias”, que expira no final deste mês. Os primeiros casos no Peru foram detectados no final de novembro também em pelicanos. Dias depois, o contágio passou para aves domésticas de corral, o que levou o Ministério da Saúde a emitir um alerta epidemiológico. Desde então, pelo menos 55 mil aves morreram e agora o foco está nos quase 600 leões-marinhos e um golfinho que morreram em decorrência do vírus. Por sua vez, as autoridades do Chile confirmaram mais de 10 mil aves mortas presumivelmente devido à gripe aviária.

O Brasil, até agora, não registrou nenhum caso, mas diante da ameaça de chegar de países vizinhos onde já foi registrado, o Ministério da Agricultura vem promovendo uma campanha para reforçar as medidas de prevenção. Líder mundial na exportação de carne de frango, com 35% do mercado, o Brasil também promove a manutenção dos esforços de vigilância e medidas de biossegurança nas fazendas, a fim de evitar o contato direto e indireto entre aves domésticas e silvestres, principalmente as migratórias aquáticas.

*Com informações da EFE